Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim

No dia 19 de fevereiro de 2025, os alunos do 11ºA, assistiram a uma Conferência-Espetáculo sobre a obra “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, na Fundação Lapa do Lobo.

Uma só pessoa, a artista Leonor Barata, apresenta diante de um público escolar as ideias principais contidas na obra referida. Através da narração de diálogos, criteriosamente escolhidos, e de um jogo de imagens dos protagonistas, problematiza o conceito do amor através de um triângulo afetivo entre jovens que vivem no distrito de Viseu. “Pode-se morrer de amor?”, e “por amor?”. Este evento, além de lúdico, funciona como um veículo de educação e de instrução escolar, já que foca aspetos fundamentais do programa do ensino secundário indo ao encontro dos objetivos dos professores da disciplina de Português. É verdade que o espetáculo possibilita aos alunos uma nova visão dos conteúdos programáticos de modo mais divertido e menos formal? Assim se crê.

Este Amor de Perdição foi escrito em 1861, quando Camilo Castelo Branco se encontrava detido na Cadeia da Relação do Porto. Ainda que visse, aos quadradinhos o casario urbano, a Sé, um troço do rio Douro e a sombra da grade estampada na parede, tinha a liberdade de pensamento, de leitura e de escrita. Assim, em 15 dias escreve um romance que, até aos dias de hoje, é matéria escolar obrigatória. Se, como disse Camilo “Escrevi o romance em quinze dias, os mais atormentados de minha vida”. Que dirão os alunos que demoram mais tempo a ler e interpretar a obra? e, ainda por  cima, têm de responder as que a questões de testes e de exames?

Para eternizar o romance impossível, proibido e trágico narrado na obra, a livraria Lello, aquando de celebração dos seus 119 anos de existência, lançou um repto aos restaurantes portuenses no sentido de substituir a tradicional sobremesa “Romeu e Julieta”, constituída por uma fatia de queijo sobreposta por outra de marmelada, por “Simão e Teresa”. Em ambos os casos, o elemento masculino desafia tudo por amor, enquanto o ser feminino reflete o sacrifício e a força para combater a adversidade.

Perante este desafio, a partir de 13 de janeiro de 2025 vários os estabelecimentos aderiram à iniciativa que homenageia um clássico da literatura portuguesa através de um clássico da gastronomia portuguesa.